A artista balançava no céu a cada ataque de tinta que desferia contra a parede que era cinza, que não tinha olhos, bocas e nem acenava lá do alto para a cidade.
Apertou o passo entre as criaturas da noite e depressa atravessou a floresta urbana de estímulos e seus rastros de significado, aqueles lampejos de sentido que jamais teria a audácia de tentar reconstruir quando estivesse fora dali.
Dos estados do país, talvez Minas Gerais seja o que melhor simboliza a aspiração não concretizada da nação tupiniquim. Entre o norte e o sul, onde tudo é meio assim, meio rural, outro tanto urbano, com uma pedra no meio do caminho, no meio de montanhas, meio perto do litoral, alguns habitantes exibem com soberba o que chamam de mineiridade, essa fábula do meio termo, do que não é bom, não é mau, apenas mineiro.