Enquanto os seres se matavam nos arredores do oásis, o busto vigiava sereno as cores da vida, alheio às promessas que vinham do asfalto manchado de ordem e de progresso.
Levava amassados na sacola os sentidos recolhidos do viver, lembrava de cada fragmento que iria remontar naquela tarefa labiríntica de se aventurar no significado do nada.
Andou devagarinho pelo amor florescido no jardim, respirou os detalhes vibrantes de suas formas e continuou a caminhada em direção ao horizonte, à aridez sem fim da realidade.
Dos estados do país, talvez Minas Gerais seja o que melhor simboliza a aspiração não concretizada da nação tupiniquim. Entre o norte e o sul, onde tudo é meio assim, meio rural, outro tanto urbano, com uma pedra no meio do caminho, no meio de montanhas, meio perto do litoral, alguns habitantes exibem com soberba o que chamam de mineiridade, essa fábula do meio termo, do que não é bom, não é mau, apenas mineiro.