Andou entre as águas como um alvo dos pingos daquele mundo revolto e tomou para si a consciência quase mística de não saber para onde ir antes de evaporar.
O espetáculo das bolinhas vibrando a cada rajada do vento frio molhado prenunciava as horas derradeiras do retorno. Tão longe dali, para onde se vai, de onde se vem, a vida corria dos que queriam se agarrar nela enquanto tropeçavam nos caprichos que acreditavam serem sonhos.
Via pela janela incandescente o fragmento de um mundo nas gotas de luz, pedacinhos de histórias destroçadas, palavras assépticas de consolo, o claro silencioso que por um instante faz significar o lugar barulhento de todos os ditos.
Dos estados do país, talvez Minas Gerais seja o que melhor simboliza a aspiração não concretizada da nação tupiniquim. Entre o norte e o sul, onde tudo é meio assim, meio rural, outro tanto urbano, com uma pedra no meio do caminho, no meio de montanhas, meio perto do litoral, alguns habitantes exibem com soberba o que chamam de mineiridade, essa fábula do meio termo, do que não é bom, não é mau, apenas mineiro.